sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Visionario...

Curiosamente Chernikhov manifestou nos seus primeiros anos de actividade um pendor bem diferente, com clara influência das vanguardas russas. As suas visões dessa época eram então mais abstractas e poderiam facilmente identificar-se com o Construtivismo ou o Suprematismo de Tatlin e Malevich. Porém, pouco tempo depois, a sua arquitectura visionária inflecte e ganha contornos monumentais e delirantes.
Evolução artística do seu autor ou mera estratégia de sobrevivência? Sabe-se dos gostos megalómanos de Stalin e não espanta, por isso, que Chernikhov tenha enveredado por uma linha estética mais "oficial"... De qualquer modo, não podemos deixar de pensar no que aconteceria se o regime estalinista tivesse durado mais alguns anos sem os constrangimentos impostos pela Segunda Guerra Mundial. Teríamos visto uma União Soviética gótica?
Ficam os desenhos, magníficos...













































”Bem-aventurados os visionários, essas criaturas cujosolhos não se limitam a observar a rotina cotidiana, porque insistem em divisar o futuro, não para esperar passivamente que ele chegue, mas para correr ao seu encontro com a disposição de moldá-lo e construí-lo com os arrojados contornos do seu sonho. Sâo José só se tornou o que é pela ação desbravadorade algumas pessoas assim.”
Este é o início do texto do colunista Roberto Wagner de Almeida na edição deste domingo do valeparaibano.
A seguir, Wagner elenca alguns visionários que mudaram a face de São José, de Casimiro Montenegro Filho, que enxergou, nos anos 40, que o Brasil poderia precisar de engenheiros aeronáutico e era preciso formá-los, o que gerou o CTA e o ITA, a Ozires Silva, que ergueu a Embraer do nada, passando por Fernando Mendonça, que sonhou com o ingresso do País na era das pequisas espaciais. E sacramenta:
“E se há um lugar onde mais se precisa de visionários é na Secretaria de Planejamento, para garantir que esta não seja apenas uma cidade qualquer, masbusque estar sempre na vanguarda (…) Salvo engano, quem tem tido essa visão é apenas o prefeito Eduardo Cury, ao idealizar e construir, por exemplo, o Parque Tecnológico, que inaugura um novo capítulo na história da cidade. Mas o seu setor de Planejamento me deixa a impressão de só perceber a São José de daqui a poucos anos, com um raciocínio de alcance limitado, restrito à exigência burocrática de elaborar um Plano Diretor nada ambicioso. Esta semana tive mais um exemplo disso. Com relação ao Parque Roberto Burle Marx, (…) o PLanejamento explicitou neste jornal, domingo passado, o que prepara para aquele local: mais banheiros e a reforma dos lavatórios. Uau! Por favor, não se esqueçam de mais alguns banquinhos e lixeiras também …”
O que você acha, leitor: São José precisa de visionários? O Parque da Cidade precisa de um projeto melhor, que o torne um local mais agradável para a cidade? Falta arrojo à Prefeitura de São José para planejar a cidade para daqui a 10, 20, 30 anos? Como a cidade deve se preparar para o futuro? Que São José teremos em 2020?





















Poderia ser um desenho feito pelo arquitecto futurista Antonio Sant´Elia no início do século XX mas não é. Apesar das semelhanças, os desenhos do italiano glorificavam os novos materiais e tecnologias, como o betão, o vidro e o ferro, enquanto que a arquitectura aqui representada denota traços marcadamente góticos. Trata-se na verdade de uma das muitas visões românticas produzidas pelo arquitecto russo Yakov Chernikhov durante a década de 40', em pleno Regime Estalinista...

Curiosamente Chernikhov manifestou nos seus primeiros anos de actividade um pendor bem diferente, com clara influência das vanguardas russas. As suas visões dessa época eram então mais abstractas e poderiam facilmente identificar-se com o Construtivismo ou o Suprematismo de Tatlin e Malevich. Porém, pouco tempo depois, a sua arquitectura visionária inflecte e ganha contornos monumentais e delirantes.
Evolução artística do seu autor ou mera estratégia de sobrevivência? Sabe-se dos gostos megalómanos de Stalin e não espanta, por isso, que Chernikhov tenha enveredado por uma linha estética mais "oficial"... De qualquer modo, não podemos deixar de pensar no que aconteceria se o regime estalinista tivesse durado mais alguns anos sem os constrangimentos impostos pela Segunda Guerra Mundial. Teríamos visto uma União Soviética gótica?
Ficam os desenhos, magníficos...









Um comentário:

nomeiodonada disse...

parabéns velhoo! o blog mais massa que eu já acessei! cara aquele quem sou eu matou a pau!!! acho eu que você pensa serto em ser psicólogo... pois tu tem o dom!