domingo, 31 de maio de 2009

Para Eu...


Open Your Eyes

Snow Patrol

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old

The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes

Get up, get out, get away from these liars
´Cause they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time

Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
´Cause I need you to look into mine

Tell me that you'll open your eyes

All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you


Fly Away From Here

Aerosmith

Gotta find a way
Yeah, I can't wait another day
Ain't nothin' gonna change
If we stay 'round here
I gotta do what it takes
Because it's all in our hands
We all make mistakes
Yeah, but it's never too late to start again (yeah yeah)
Take another breath
And say another pray

Then fly away from here
To anywhere
Yeah, I don't care
If we just fly away from here
Our hopes and dreams
Are out there somewhere
Won't let time pass us by
We'll just fly

If this life
Gets any harder now
It ain't no nevermind
Ya got me by your side
And anytime you want (fly fly fly)
Yeah we catch a train
And find a better place
Yeah, 'cause we won't let nothin'
or no one keep gettin' us down
maybe you and I
Could pack our bags and hit the sky

Then fly away from here
To anywhere
Yeah, I don't care
If we just fly away from here
And our hopes and dreams
Are out there somewhere

Do you see a bluer sky now
You could have a better ride now
Open your eyes

'Cause no one here can ever stop us
They can try but we won't let them
No way-ay-ay-ay-yeah-ah

Maybe you and I
Could pack our bags and say good-bye

Then fly away from here
Our hopes and dreams
Are out there somewhere
Fly away from here
Yeah, Anywhere
Now honey, I don't I don't I don't fly (yeah)

We just fly (fly away)...

sábado, 30 de maio de 2009





sexta-feira, 29 de maio de 2009



Aprendi silêncio com os falantes, tolerância com os intolerantes, e gentileza com os rudes ; ainda, estranho, sou ingrato a esses professores.
Kalil Gibran
A intimidade pessoal demarca uma área privada que exige tolerância e respeito.È um espaço físico,emocional e intelectual que só pertence a mim.Nem tudo precisa ser revelado.Todo mundo deve cultivar um jardim secreto.
A tolerância é a caridade da inteligência.
A arte, um dos grandes valores da vida, deve ensinar aos homens: humildade, tolerância, sabedoria e magnanimidade.





Não, não é otorrinolaringologista, mas sim...


Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico(Pneumo-ultra-microscopico-ssilico-vulcano-coniótico)
Com 46 letras, esta palavra refere-se às pessas que sofrem de Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, uma doença pulmonar causada por aspiração de cinzas vulcânicas.É de realçar que os termos técnicos químicos não entram nesta "luta" pela maior palavra; caso entrassem, penso que este vocábulo não teria a menor hipótese de ganhar...

domingo, 24 de maio de 2009


As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.

Quero para mim o espírito desta frase,
transformada a forma para a casar com o que eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.


O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.

Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam. De aí a sua perfeita execução da obra de arte.

A arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta.

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

O verdadeiro sábio é aquele que assim se dispõe que os acontecimentos exteriores o alterem minimamente. Para isso precisa couraçar-se cercando-se de realidades mais próximas de si do que os fatos, e através das quais os fatos, alterados para de acordo com elas, lhe chegam.

Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?

Fernando Pessoa.

decepção,




Porque nos decepcionamos com uma pessoa, com um acontecimento, com uma situação, com a vida?

A decepção é um sentimento tão frustrante, talvez seja das sensações que mais me entristece, me põe pra baixo, me impede de continuar, me bloqueia.

Será que criamos expectativas altas demais? Ou será que as expectativas eram normais, próprias e adequadas, mas a decepção teimosamente nos bate à porta?

Será um problema de ansiedade, de querermos que tanto se realize, que tanto aconteça?

Será que somos exigentes demais, e exigimos dos outros, coisas que nem nós próprios sabemos fazer?

Será que uns são mais atreitos a decepções que outros?

Será que uns, nem percebem a decepção não lhe dando a importância que outros lhe dão?

Será que as decepções só acontecem aos emotivos? Aos frágeis? Aos corajosos? Aos exagerados? Aos idiotas?

E acordar depois de uma decepção?

Acordar para a Vida, acordar para o Dia, pôr os pés fora da cama, levantar o corpo, calçar qualquer coisa para começar a pisar o chão, a terra, olharmo-nos no espelho, olhar uns olhos decepcionados,¿.

E depois, muitas vezes voltar ao mesmo sítio, ao mesmo local, ver a mesma pessoa, ter de falar com essa pessoa, voltar e reencontar o mesmo ambiente, o mesmo cenário¿..

Reagir¿. Como se faz para Re Agir? Reagir é voltar a agir! Para voltar a agir, é preciso ter vontade de agir. E o mundo que nos rodeia, exigente, que não tolera a insatisfação, não tolera tristezas, que como uma criança mimada, nos quer Lindos, Contentes, Sorrizinhos, Arranjados, Elegantes, Perfeitos, e todos nos pedem, ¿Vá reage, faz qualquer coisa, tens de melhorar! Lá estás vc com o teu péssimismo!¿¿. E para culminar, lá dizem a frase: ¿Não percebo, porque ficas assim, não é caso para isso!¿. E nós, envolvidos num manto negro de tristeza, de amargos na boca, de nós no estomâgo, de dedos das mãos frios, de joelhos ligeiramente a quebrar, ficamos perplexos a olhar para aquela gente que nos diz ¿Que não é nada!¿. Não é nada???! Mas não percebem, que para nós É TUDO!

Que houve uma derrocada de terras, por cima da nossa boca, que houve uma inundação de líquidos salgados, que nos deixou molhados de suores frios, que o nosso coração saltou, mexeu-se, como se de um sismo se tratasse e nos deixou com taquicárdia, que houve um corte a meio dos nossos pulmões, e os pôs a trabalhar em limites mínimos, que sentimos o sangue a parar nas veias e que fomos invadidos por um vento frio e quente, que levantou todas as areias no ar que nos sufocam e nos cegam? Pois, não vêem isto?Faltam as lágrimas? Ah, as lágrimas, as lágrimas, que comovem os outros¿..

Mas olhem!!!! Os decepcionados não choram por fora, choram por dentro! Choram, choram, choram, até ficar secos, como um solo africano, seco, ressequido, morto¿.

Deixem-nos enterrar uma decepção, como se de um corpo morto se tratasse, deixem-nos enviuvar, chorar aquilo que nunca acontecerá, que nunca iremos possuir, deixem-nos cair no chão (não nos levantem, por favor!), de pernas e braços abertos deixem-nos gritar, gritar muito para que saiam os espíritos malígnos que nos envenenam, deixem-nos enlouquecer, perder o juízo, falar sózinhos, deixem-nos sair para a rua de robe e chinelos como um velho senil, deixem-nos estar sós, desgrenhados e sem comer, deixem-nos fugir (não vão à nossa procura, por favor!) e se quisermos deixem-nos morrer.



MAS HAVEMOS DE SOBREVIVER!

sexta-feira, 22 de maio de 2009



Hoje os ventos do destino
Começaram a soprar
Nosso tempo de menino
Foi ficando para trás
Com a força de um moinho
Que trabalha devagar
Vai buscar o teu caminho
Nunca olha para trás

Hoje o tempo voa nas asas de um avião
Sobrevoa os campos da destruição
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Hoje o céu está pesado
Vem chegando temporal
Nuvens negras do passado
Delirante flor do mal
Cometemos o pecado
De não saber perdoar
Sempre olhando para o mesmo lado
Feito estátuas de sal

Hoje o tempo escorre dos dedos da nossa mão
Ele não devolve o tempo perdido em vão
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Meninos na beira da estrada escrevem mensagens com lápis de luz
Serão mensageiros divinos, com suas espadas douradas, azuis
Na terra, no alto dos montes, florestas do Norte, cidades do Sul
Meninos avistam ao longe
A estrela do menino Jesus...

domingo, 17 de maio de 2009

Lingua azul...






sábado, 16 de maio de 2009

Dedico esta postagem à Ana Miclas....

O Corvo
"Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho,
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."

Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora.
E que ninguém chamará mais.

E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto, e: "Com efeito,
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."

Minh'alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós, — ou senhor ou senhora,
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo, prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse; a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.

Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta;
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu, como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.

Entro coa alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Alguma cousa que sussurra. Abramos,
Eia, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais.
Devolvamos a paz ao coração medroso,
Obra do vento e nada mais."

Abro a janela, e de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady. E pronto e reto,
Movendo no ar as suas negras alas,
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.

Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo, — o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "O tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais".

Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que lhe eu fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Cousa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é seu nome: "Nunca mais".

No entanto, o corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda a sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o corvo disse: "Nunca mais!"

Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais".

Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais".

Assim posto, devaneando,
Meditando, conjeturando,
Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava.
Conjeturando fui, tranqüilo a gosto,
Com a cabeça no macio encosto
Onde os raios da lâmpada caíam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam,
E agora não se esparzem mais.

Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso,
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível;
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."
E o corvo disse: "Nunca mais".

“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o corvo disse: "Nunca mais".

“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais,
Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!”
E o corvo disse: "Nunca mais."

“Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa! clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fique no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua.
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais".

E o corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e, fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!"

sexta-feira, 15 de maio de 2009

NO ESCURO


Vou seguir
no escuro
vou tentar
não me perder
me machucar
no escuro
vou seguir
com o frio na barriga
no escuro
confio nos instintos
e sigo
sem saber onde
apenas que quero
chegar
abrir a porta
e encontrar a luz
vou assim
no escuro
vou tentando
desvendar o que existe
pisando em pregos
pisando em ovos
não pisando em nada
no escuro não vejo
apenas sinto
e sigo...

quinta-feira, 14 de maio de 2009


O Astronauta De Mármore...

A lua inteira agora
É um manto negro
Oh! Oh!
O fim das vozes no meu rádio
Oh! Oh!
São quatro ciclos
No escuro deserto do céu...

Quero um machado
Prá quebrar o gelo
Oh! Oh!
Quero acordar
Do sonho agora mesmo
Oh! Oh!
Quero uma chance
De tentar viver sem dor...

Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar...

Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo...

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul...

Hum! Hum! Hum Hum! Hum!...

A trajetória
Escapa o risco nú
Uh! Uh!
As nuvens queimam o céu
Nariz azul
Uh! Uh!
Desculpe estranho
Eu voltei mais puro do céu...

A lua o lado escuro
É sempre igual
Al! Al!
No espaço a solidão
É tão normal
Al! Al!
Desculpe estranho
Eu voltei mais puro do céu...

Sempre estar lá
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar...

Sempre estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo...

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul...

Estar lá!
E ver ele voltar
Não era mais o mesmo
Mas estava em seu lugar
Sei que estar lá
E ver ele voltar
O tolo teme a noite
Como a noite
Vai temer o fogo...

Vou chorar sem medo
Vou lembrar do tempo
De onde eu via o mundo azul...



sábado, 9 de maio de 2009

Mamãe...


MINHA MÃE ESTRELA VIVA,

Numa noite fria e chuvosa,
Somente uma estrela brilhava,
Eras tu minha mãe iluminada,
Guardada por anjos de luz,
No céu tu brilhavas.
Enquanto teu corpo frio,
Num leito nos aguardavam,
Tu estavas nos braços de Deus
Que com amor te agasalhava.
Um vazio em mim ficava,
Mas sei que tua missão aqui findara.
Descansará teu corpo cansado,
Seu espírito será elevado, abençoado.
Carregaste tua cruz com elegância,
Guerreira e sábia como poucas,
De uma força inexplicável,
Mulher e mãe por excelência.
Desculpe mãe pelo egoísmo,
Mas queria ter você pra sempre comigo.
Obrigado minha mãe, descanse em paz,
Agradeço a Deus por ter sido teu filho.

Luiz Carlos Rodrigues dos Santos

CULTO AOS DEUSES





O período neolítico não conhecia deuses - vigorava o matriarcado, com a Deusa-Mãe. O conceito de paterno inexistia e a moral, a ciência e a religião ocupavam a mesma esfera. Com a instituição do patriarcado, o cálice foi derramado através da espada, relegando o elemento feminino. Com o fim da era de Peixes, tipicamente masculina, o reinado feminino retorna em Aquário para resgatar Sofia, o arquétipo da Sabedoria. Assim como o Taoísmo primitivo, todas as religiões ancestrais sualizavam o Universo como uma generosa Mãe. Nada mais natural: não é do ventre delas que saimos?
De acordo com o mito universal da Criação, tudo teria saído dela. Entre os egípcios, era chamada de Nuit, a Noite. "Eu sou o que é, o que será e o que foi." Para os gregos era Gaia - Mãe de tudo, inclusive de Urano, o Céu. Entretanto, ela não era apenas fonte de vida, como também senhora da morte.
O culto a Grande-Mãe era a religião mais difundida nas sociedades primitivas. Descobertas arqueológicas realizadas em sítios neolíticos testificam a existência de uma sociedade agrícola pré-histórica bastante avançada, na região da Europa e Oriente Médio, onde homens e mulheres viviam em harmonia e o culto à Deusa era a religião. Não há evidências de armas ou estruturas defensivas, onde se conclui que esta era uma sociedade pacífica. Também nã há representações, em sua arte, de guerreiros matando-se uns aos outros, mas pinturas representando a natureza e uma grande quantidade de esculturas representando o corpo feminino. Essas esculturas também foram encontradas em Creta, datadas de 2.000 a.C.
Na sociedade cretense as mulheres exerciam as mais diversas profissões, sendo desde sacerdotisas até chefes de navio. Platão conta que nesta sociedade, a última matrifocal de que se tem notícia, toda a vida era permeada por uma ardente fé na natureza, fonte de toda a criação e harmonia. Segundo historiadores, a passagem para o patriarcado deu-se em várias esferas. Na velha Europa, a sociedade que cultuava a Deusa foi vítima do ataque de poderosos guerreiros orientais - os kurgans. O Cálice foi derrubado pelo poder da Espada. Outro fator decisivo para tal transformação foi o crescimento da população, que levou as sociedades arcaicas à "domesticação da terra". Os homens tinham que dominar a natureza, para obrigá-la a produzir o que queriam. Com a descoberta de que o sêmen do homem é que fecunda a mulher(acreditava-se que esta gerasse filhos sozinha), estabeleceu-se o culto ao falo, sendo este difundido pela Europa, Egito, Grécia e Ásia, atingindo o seu ápice na Índia. Com o advento do monoteísmo, e patriarcado - e a consequente dominação da mulher -o culto ao falo estabeleceu-se em definitivo. "O monoteísmo não é apenas uma religião, é uma relação de poder. A crença numa única divindade cria uma hierarquia - de um Deus acima dos outros, do mais forte sobre o mais fraco, do crente sobre o não-crente."

sexta-feira, 8 de maio de 2009



We too feel alone

That place in my mind
Is that space that you call mine
That place in my mind
Is that space that you call mine

Where have I been all this time?
Lost enslaved fatal decline
I've been waiting for this to unfold (Good)
The pieces are only as good as the whole

Severed myself from my whole life
Cut out the only thing that was right
What If I never saw you again
I'd die right next to you in the end

That place in my mind
Is that space that you call mine
That place in my mind
Is that space that you call mine

I wouldnt let you walk away
Without hearing what I have to say
Without hearing what I have to say
Without hearing what I have to say...

WoW


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Post, dedicado á Martina...

Bom dia sol nascente
Eu vim pra contar minha triste história
Minha garota me abandonou
Numa estação de trem

Sob um céu de blues
Sob um céu de blues

Eu vou bater, eu vou bater
E vou quebrar a tua janela
Eu vou rolar com os bêbados
Pelas ruas imundas

Sob um céu de blues
Sob um céu de blues

Baby, aonde está você?
Aonde você foi?
Me arranje uma bebida forte
E uma companhia na cama

Sob um céu de blues (sob um céu de blues)
Toda a minha desgraça (sob um céu de blues)
A dança das minhas lágrimas (sob um céu de blues)
Sob um céu de blues (sob um céu de blues)

Existe uma estrada
Que me leva ao meu destino
Existe uma placa
Que me diz que eu to sozinho

Sob um céu de blues (sob um céu de blues)
Toda a minha desgraça (sob um céu de blues)
A dança das minhas lágrimas (sob um céu de blues)
Sob um céu de blues (sob um céu de blues)

A fumaça cinza das fábricas
Me dá um peso na alma
É como se eu tivesse carregando
Cem toneladas de desilusões

Sob um céu de blues (sob um céu de blues)
Toda a minha desgraça (sob um céu de blues)
A dança das minhas lágrimas (sob um céu de blues)
Sob um céu de blues (sob um céu de blues)

Sob um céu de blues (sob um céu de blues)
Sob um céu de blues (sob um céu de blues)
Sob um céu de blues (sob um céu de blues)

terça-feira, 5 de maio de 2009






Coisas da Política - A gripe dos porcos e a mentira dos homens
Mauro Santayana

O governo do México e a agroindústria procuram desmentir o óbvio: a gripe que assusta o mundo se iniciou em La Glória, distrito de Perote, a 10 quilômetros da criação de porcos das Granjas Carroll, subsidiária de poderosa multinacional do ramo, a Smithfield Foods. La Glória é uma das mais pobres povoações do país. O primeiro a contrair a enfermidade (o paciente zero, de acordo com a linguagem médica) foi o menino Edgar Hernández, de 4 anos, que conseguiu sobreviver depois de medicado. Provavelmente seu organismo tenha servido de plataforma para a combinação genética que tornaria o vírus mais poderoso. Uma gripe estranha já havia sido constatada em La Glória, em dezembro do ano passado e, em março, passou a disseminar-se rapidamente.
Os moradores de La Glória – alguns deles trabalhadores da Carroll – não têm dúvida: a fonte da enfermidade é o criatório de porcos, que produz quase 1 milhão de animais por ano. Segundo as informações, as fezes e a urina dos animais são depositadas em tanques de oxidação, a céu aberto, sobre cuja superfície densas nuvens de moscas se reproduzem. A indústria tornou infernal a vida dos moradores de La Glória, que, situados em nível inferior na encosta da serra, recebem as águas poluídas nos riachos e lençóis freáticos. A contaminação do subsolo pelos tanques já foi denunciada às autoridades, por uma agente municipal de saúde, Bertha Crisóstomo, ainda em fevereiro, quando começaram a surgir casos de gripe e diarreia na comunidade, mas de nada adiantou. Segundo o deputado Atanásio Duran, as Granjas Carroll haviam sido expulsas da Virgínia e da Carolina do Norte por danos ambientais. Dentro das normas do Nafta, puderam transferir-se, em 1994, para Perote, com o apoio do governo mexicano. Pelo tratado, a empresa norte-americana não está sujeita ao controle das autoridades do país. É o drama dos países dominados pelo neoliberalismo: sempre aceitam a podridão que mata.
O episódio conduz a algumas reflexões sobre o sistema agroindustrial moderno. Como a finalidade das empresas é o lucro, todas as suas operações, incluídas as de natureza política, se subordinam a essa razão. A concentração da indústria de alimentos, com a criação e o abate de animais em grande escala, mesmo quando acompanhada de todos os cuidados, é ameaça permanente aos trabalhadores e aos vizinhos. A criação em pequena escala – no nível da exploração familiar – tem, entre outras vantagens, a de limitar os possíveis casos de enfermidade, com a eliminação imediata do foco.
Os animais são alimentados com rações que levam 17% de farinha de peixe, conforme a Organic Consumers Association, dos Estados Unidos, embora os porcos não comam peixe na natureza. De acordo com outras fontes, os animais são vacinados, tratados preventivamente com antibióticos e antivirais, submetidos a hormônios e mutações genéticas, o que também explica sua resistência a alguns agentes infecciosos. Assim sendo, tornam-se hospedeiros que podem transmitir os vírus aos seres humanos, como ocorreu no México, segundo supõem as autoridades sanitárias.
As Granjas Carroll – como ocorre em outras latitudes e com empresas de todos os tipos – mantêm uma fundação social na região, em que aplicam parcela ínfima de seus lucros. É o imposto da hipocrisia. Assim, esses capitalistas engambelam a opinião pública e neutralizam a oposição da comunidade. A ação social deve ser do Estado, custeada com os recursos tributários justos. O que tem ocorrido é o contrário disso: os estados subsidiam grandes empresas, e estas atribuem migalhas à mal chamada "ação social". Quando acusadas de violar as leis, as empresas se justificam – como ocorre, no Brasil, com a Daslu – argumentando que custeiam os estudos de uma dezena de crianças, distribuem uma centena de cestas básicas e mantêm uma quadra de vôlei nas vizinhanças.
O governo mexicano pressionou, e a Organização Mundial de Saúde concordou em mudar o nome da gripe suína para Gripe-A. Ao retirar o adjetivo que identificava sua etiologia, ocultou a informação a que os povos têm direito. A doença foi diagnosticada em um menino de La Glória, ao lado das águas infectadas pelas Granjas Carroll, empresa norte-americana criadora de porcos, e no exame se encontrou a cepa da gripe suína. O resto, pelo que se sabe até agora, é o conluio entre o governo conservador do México e as Granjas Carroll – com a cumplicidade da OMS.


JORNAL DO BRASIL Sexta-feira, 01 de Maio de 2009 - 00:00.


domingo, 3 de maio de 2009



DE ONDE VEM O NOME BRASIL: DA MADEIRA OU DE UMA ILHA?

Geraldo Cantarino



Em outubro de 1999, tive a oportunidade de ler o artigo,
curiosamente, intitulado "As origens Irlandesas do Brasil", assinado
pelo líder nacionalista irlandês e ex-cônsul britânico na África e
América do Sul, Roger Casement. O texto, escrito em Belém do Pará,
em 1908, e pinçado recentemente dos arquivos da Biblioteca Nacional
da Irlanda pelo historiador escocês Angus Mitchell, defende uma
outra explicação para a origem da palavra que deu nome às terras
"descobertas" pelos portugueses: Brasil. Intrigado, iniciei uma
busca, seguindo os passos sugeridos por Roger Casement, por uma
velha trilha esquecida pela História, digamos oficial, e que me
levaria a um mundo fantástico, riquíssimo em lendas, imaginação e
sabedoria popular. A pesquisa traz à tona uma explicação diferente
daquela que todos nós, brasileiros, aprendemos na escola de que o
nome do nosso país veio do pau-brasil - uma árvore, hoje em
extinção, de onde se extraía um pigmento que tingia de vermelho a
nobreza européia.


Uma centena de livros e websites depois, fica muito claro que a
palavra Brasil, assim, com todas as letras como conhecemos, já
existia muito antes da chegada de Pedro Álvares Cabral nas praias da
Bahia. Ela deu nome a uma ilha imaginária que se acreditava existir
no litoral oeste da Irlanda e que poderia ser vista da beira-mar a
cada sete anos. A tradição é muito antiga, fruto talvez de uma
miragem, e foi incorporada pela cultura dos povos celtas, que
circularam pela Europa há cerca de 3000 anos.


Mais do que um simples punhado de terra cercado de água por todos
os lados, a Ilha Brasil foi um lugar mitológico, mágico, sagrado,
considerado a morada de fadas e divindades. O próprio nome viria de
um semideus, Breasal, considerado o grande rei do mundo e que vivia
no país chamado Hy-Brasil ("Hy" vem de "í", abreviação de island -
ilha). A Ilha Brasil pode ser vista hoje como uma representação
simbólica do chamado "Outro Mundo", uma expressão cunhada pelos
celtas para explicar o inexplicável. A morte, para eles, não
significava o fim. A vida continuava neste outro mundo, que ficava
em algum lugar, aqui na Terra, como a Ilha Brasil, e não no céu
concebido mais tarde pelo Cristianismo.


Na transição do paganismo para a era cristã, a Ilha Brasil ganhou
outros significados e passou a ser considerada como o Paraíso
Terrestre ou a Terra Prometida aos Santos. E foi em busca dessa
terra, que o monge irlandês, São Brandão, teria partido numa
incrível aventura no início do século VI. O relato da viagem, que
segundo alguns pesquisadores teria levado São Brandão e seus
companheiros ao litoral da América quase mil anos antes de Cristóvão
Colombo, aparece em uma centena de manuscritos do século IX. A
fé, a crença e o desejo de encontrar a Ilha Brasil motivaram muitos
marinheiros e experientes navegadores a se lançarem ao mar em busca
dessa terra tão afortunada. Em 1498, a ilha é mencionada na carta de
um diplomata espanhol na Inglaterra comunicando ao rei da Espanha
que várias expedições haviam deixado o porto de Bristol, ao longo
dos últimos anos, à procura de Hy-Brasil. Tudo indica que a Terra
Nova, no Canadá, por onde também estiveram navegadores
portugueses, tenha sido descoberta numa dessas viagens. Acredita-
se que a procura da misteriosa Hy-brasil acabou sendo usada como
desculpa por aqueles que saiam, furtivamente, para pescar em águas
até então não muito conhecidas e riquíssimas em peixes. O nome
Brasil circulava, portanto, pelos portos e embarcações da Europa,
inclusive Portugal, às vésperas da descoberta de Cabral.


A ilha, apesar de nunca ter sido alcançada, existiu nos mapas e
cartas náuticas da Idade Média e Renascimento. A primeira aparição
cartográfica do nome Brasil, de que se tem notícia, foi em 1325, no
mapa de Angelino de Dalorto, 175 anos, portanto, antes do
"descobrimento" português. O último registro em mapas talvez tenha
sido em 1865, o que daria à famosa ilha uma vida longa, de 540 anos,
cercada de muitos mistérios na cartografia européia.


Na literatura, a presença da Ilha Brasil também não foi imaginária.
São muitos os registros que se encontram aqui e ali, com pequenas
variações em sua grafia. O historiador e eclesiástico galês,
Giraldus Cambrensis, ao escrever Topographia Hibernica, em 1188, um
tratado sobre a topografia da Irlanda no final do século XII, já
contava que entre as ilhas ocidentais estava uma considerada
"Phantastica". A Academia Real Irlandesa, em Dublin, tem hoje em
sua biblioteca um manuscrito, provavelmente de 1434, supostamente
trazido da Ilha Brasil, com informações sobre tratamento e cura de
muitas doenças.


Um outro manuscrito irlandês, do final do século XVI, nos conta a
bela história de "O'Brazeel, a Ilha Submarina". O texto é a
descrição de uma formidável viagem a O'Brazeel, uma ilha que teria
afundado na costa irlandesa. Lá, existiria, debaixo d'água, um
pequeno país e um povo feliz. Num outro manuscrito, de 1636,
encontramos a história de um certo capitão Rich e seus marinheiros
que teriam visto uma ilha a oeste do litoral, com cais e
promontório, antes dela sumir por dentro da névoa. Em 1675, a
suposta história do desencantamento da Ilha Brasil ganhou tom de
verdade e virou best-seller na Inglaterra sob o título de "O'Brazile
ou a Ilha Encantada".


No Brasil, poucos foram os autores que se dedicaram ao assunto. O
escritor Gustavo Barroso, primeiro diretor do Museu Histórico
Nacional e presidente por duas vezes da Academia Brasileira de
Letras, foi um dos que foram fundo na questão e publicou, em 1941, o
livro "O Brasil na Lenda e na Cartografia Antiga". Barroso
acreditava na existência de dois caminhos, paralelos e
independentes, para explicar a origem da palavra Brasil: de um lado
estava a ilha e do outro a madeira. Mas, de acordo com a linguagem
técnica do folclore, houve uma intercorrência da "lenda e da
história, da madeira e da terra, do espírito e da matéria", através
da semelhança dos vocábulos.. De acordo com Gustavo Barroso, "a
mania geral de ir buscar para o nome Brasil um berço unicamente na
madeira de tinturaria se vê prejudicadíssima" pela existência
comprovada de antiga lenda, projetada na cartografia.


Surge, assim, um outro caminho para explicar a origem do nome
Brasil. Resta saber qual explicação foi realmente associada ao
batismo das terras descobertas na América do Sul. Para definir a
questão, navegar, e muito, ainda é preciso. Mas, como escreveu
Gustavo Barroso, "não pode haver quem não prefira que o apelido de
seu torrão natal signifique Terra Abençoada, Terra dos Afortunados,
dos Bem-aventurados, of the Blest, do que recorde tão somente o
utilitário e vulgar comércio do pau de tinta."

Valores Éticos e Morais

Fala-se tanto em justiça, honestidade, respeito, ética e moral, mas entre falar e exercer, praticar ou promover tais valores, para muitos, há uma grandiosíssima distância. O que se pode fazer para rebuscar o que parece estar se perdendo definitivamente?
A família, com sua nova estrutura, não assume mais o seu papel de "célula-mãe" da sociedade. E, se é na família que se aprende primeiro, será que não se ensina mais os valores básicos de convivência? Onde está o respeito que é fundamental entre as pessoas, ao meio-ambiente, ao bem público...?
É necessário que se repense os atos, as palavras e os valores antes que o pior aconteça. Não valerá a pena olhar para trás e lamentar o que podia ter sido feito e não foi.
DEUS, no seu imenso amor pela humanidade, deu discernimento a cada homem e a cada mulher para que cada um seja capaz de separar o certo do errado, "o trigo do joio".
Em meio ao ativismo diário, induzido pelo capitalismo em que a vida transcorre, não sobra tempo para cuidar do que realmente importa: a família. Quando se pensa que ainda é manhã, já é noite; quando se olha para o filho ou a filha, pensando que ainda é uma criança, já é uma pessoa adulta e aí não houve oportunidade para ensinar o que é honestidade, justiça, ética, respeito, obediência, tolerância, solidariedade e tantos outros valores. E, para desencargo de consciência, dá-se uma sacudida de ombros e diz: "Ah, o mundo ensinou." Será?! E o que chega aos lares através das mídias, nos telejornais diários, acaba por dar uma idéia clara do que acontece por falta dos valores morais e éticos...

O Pensador...



PARÂMETROS

Existem coisas que não devemos saber? Em
uma cultura que valoriza a iniciativa e o
crescimento sem barreiras, haverá alguém ou
alguma instituição que possa com seriedade
propor limites ao conhecimento? E a busca
incessante da verdade? Teremos perdido a
capacidade de perceber e respeitar as
dimensões morais de tais perguntas?
O homem em seu ¨progresso¨ nas
descobertas dos segredos da natureza, cada
vez mais audacioso , pode ter chegado a um
ponto que, o conhecimento nos traz mais
problemas do que soluções. Convivemos com
ameaças constantes como a AIDS e a
superpopulação. Os países mais avançados do
planeta, produzem armas nucleares,
biológicas e químicas de poder devastador,
cultivam um modismo de violência
esmagadora. Tudo isto nos desvia da mais
genuína das realizações do ser humano, que é
a que ocorre na esfera da vida privada, à sua
volta, nas coisas mais elementares, de modo
não intencional, longe dos laboratórios e
computadores, podemos dizer, ocorre em
outro universo, coisas automáticas e banais. A
verdade é que aprendemos a fazer muitas
destas coisas muito antes de saber o que
estamos fazendo, de maneira inexplicável e
de forma correta. Um recém—nascido
aprende a reconhecer e descriminar as coisas
do mundo que o rodeia, a andar, falar, chorar,
etc... tais façanhas flui naturalmente no ser
humano. Seria possível que este fluir de
conhecimento, seja devido a nossa falta de
conhecimento das razões pelas quais os
fazemos? Seria o mesmo que dizer, seríamos
capazes de aprender qualquer coisa sem
querer? A maioria dos provérbios em todas as
línguas nos ensinam que o conhecimento em
demasia pode ser prejudicial. Muitos dos
grandes mitos e lendas exploram os perigos
da sabedoria. Felizmente as crianças
continuam a aprender , a caminhar e a falar,
e as pessoas se preocupam com o futuro do
planeta, de seu país e da cultura em geral.
Devemos todos estudar, ler e aprender, mas
não devemos deixar de observar os
acontecimentos formidáveis que ocorrem em
nosso cotidiano; coisas simples se melhor
observadas, tornam-se espetaculares, de uma
beleza sem par. A observância do
desabrochar de uma orquídea, o sorriso e a
inocência de uma criança, uma conversa
franca , num lugar agradável com um amigo,
sua esposa, seus filhos, coisas que passam
desapercebidas, por convivermos
diuturnamente com ela. O homem traça
parâmetros ilusórios no decorrer de sua
existência. Uma criança quando se depara
pela primeira vez com um cachorro, acha
engraçado aquele focinho comprido, a cauda
balançando e a língua de fora, aprende que o
cachorro chama-se Au-Au e na segunda vez
que o encontra, grita Au-Au, aponta o dedo,
bate os braços e as pernas e fica muito feliz,
seu pai ou mãe de parâmetros traçados,
nenhuma graça acha deste bicho e manda
seu filho calar-se, assim com o passar do
tempo o filho cresce e acaba achando o
cachorro sem graça e também passa
desapercebido , e assim acontece com todas
as coisas belas desta mundo. Outro exemplo
de parâmetro traçado seria o pai e o filho com
meses de idade, tomando café na cozinha, a
mãe de frente para o filho e atrás do pai
começa a levitar, o filho naturalmente olha a
cena e continua observando, sem nenhuma
novidade, se o pai visse , provavelmente
gritaria, derramaria o café e correria para
ajudar a mãe, isto porque ele tem como
parâmetro que mãe não pode levitar, e
ninguém lhe ensinou isto, ele aprendeu


No princípio era o "UM", Não Revelado e Não Manifestado. E o "UM", a Energia Primordial, dividindo-se nas suas duas
polaridades, deu origem ao "Dois" que, manifestando-se num Plano, deu origem à forma engendrando o "Três".