quinta-feira, 30 de julho de 2009

Gripe suína A(H1N1) - Comparação com a Pandemia de 1918






Passados 91 anos da temida pandemia daquela que foi chamada de “gripe espanhola”, pouco se houve falar no Brasil acerca das vítimas da temível doença que assolou o mundo em 1918/1919.
Para quem tiver interesse, recomendo o livro “A gripe espanhola em São Paulo, 1918: epidemia e sociedade, de Claudio Bertolli Filho, publicado pela editora Paz e Terra S/A, ISBN 85-219-0586-6.
Trata-se de um trabalho de mestrado do autor, sendo uma obra de valor histórico imprescindível para aqueles que querem saber um pouco mais sobre o que ocorreu de verdade naquela época.
Permito-me aqui a descrever pequenos trechos da obra, (págs. 71/73), que servem de um alerta às autoridades e à população menos cuidadosa, como comparativo ao que vemos hoje:
“Renunciando à questão da determinação da origem geográfica da pandemia, sabe-se que essa primeira vaga gripal em poucos meses espalhou-se por todo o continente europeu e também pela Nova Zelândia, África do Sul e América do Norte. Com um grau de letalidade nada diferente das epidemias de influenza ocorridas no século XIX, a gripe estava praticamente extinta em fins do mês de julho do mesmo ano de 1918. Considerada uma manifestação epidêmica pouco grave e de curta duração, a influenza não constituiu, nesse período, motivo de alarde para nenhuma sociedade.
Em fins de agosto de 1918 iniciou-se a segunda vaga epidêmica, caracterizada por altas taxas de infectividade, patogenecidade e virulência. Até fins de novembro, praticamente todos os quadrantes do mundo já haviam entrado em contato com a gripe, excetuando-se a Austrália que, em razão de uma rígida política sanitária, só foi invadida pela moléstia em janeiro do ano seguinte.
Nesse período a epidemia ganhou traços próprios que a distinguiram de suas antecessoras. A virulência da gripe, isto é, a letalidade da doença, se antes era de um único óbito em cada 10 mil infectados, dirante a segunda vaga elevou-se para 300 mortes. Ainda mais, os estudos sobre essa pandemia são unânimes em afirmar que a população adulta era a mais vitimada pela influenza: cerca de 50% de todos os óbitos gripais ocorridos da Europa e nos Estados Unidos deu-se em indivíduos que contavam entre 20 e 35 anos de idade.
A epidemia grassou principalmente no meio urbano, permanecendo ativa por cerca de seis semanas, quando foi perdendo as características de alta virulência e infectividade, fato que constitui até hoje uma das grandes incógnitas da questão gripal.
A mortalidade gripal foi imensa….”
“… Os estudiosos do assunto estão longe de um consenso sobre o número de pessoas infectadas pelo vírus gripal durante a pandemia de 1918-1919. Contudo, fala-se em um mínimo de 200 milhões de atingidos. Linus Pauling amplia este número para 80 ou 90% de toda a população mundial, algo em torno de um bilhão de indivíduos….”
“… Quanto ao total de óbitos por influenza, os especialistas são mais cordatos. Calcula-se que a pandemia de 1918-1919 foi responsável por cerca de 20 milhões de mortes, cifra próxima a 1,5% de toda a população mundial do período. Em outros termos, a pandemia gripal matou um número de pessoas bem superior à Primeira Guerra Mundial em todo seu curso.”
Diante do relato de fatos verídicos, vê-se porque de minha preocupação e de alguns colegas, pelo que pedimos maior atenção às autoridades, eis que trazendo à tona fatos históricos perdidos no tempo, vê-se muitas semelhanças que não devem ser ignoradas, e não apenas por se tratar do mesmo tipo de vírus, mas também pelo quadro que se vislumbra atualmente.
A importância do acompanhamento do que ocorre em todas as regiões afetadas pelo H1N1 deve-se ao fato de que a qualquer momento o vírus mutar a ponto de trazer novamente as terríveis manchetes de 1918/1919, e que caso isso ocorra, estaremos diante da que pode ser a maior tragédia da humanidade.
Torcendo para estar errado, mas com receio do que pode vir a ocorrer, o fundamental é a prevenção.
A gripe que anda assustando o mundo chegou forte no Brasil assustando grandes centros urbanos e o ministro da saúde.Conhecida como gripe do porco, depois nomeada como gripe tipo A, e agora Virus H1N1, a nova epidemia do Brasil ocupa todos noticiários. Então peguei na secretária da saúde de São Paulo, um guia a respeito da gripe para solucionar algumas dúvidas, e também para sanar um pouco de besteira que lemos, vemos ou ouvimos por ai.Vamos as perguntas.1.- Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?Até 10 horas.2.- Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos? Torna o vírus inativo e o mata.3.- Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.4.- É fácil contagiar-se em aviões?Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.5.- Como posso evitar contagiar-me?Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.6.- Qual é o período de incubação do vírus? Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente.7.- Quando se deve começar a tomar o remédio?Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%8.- De que forma o vírus entra no corpo?Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos.9.- O vírus é mortal?Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é a pneumonia.10.- Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.11.- A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?Não porque contém químicos e está clorada12.- O que faz o vírus quando provoca a morte?Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o que ocasiona a morte.13.- Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.14.- Qual é a probabilidade de recair com a mesma doença?De 0%, porque fica-se imune ao vírus suíno.15.- Onde encontra-se o vírus no ambiente?Quando uma pessoa portadora espirra ou tosse, o virus pode ficar nas superfícies lisas como maçanetas, dinheiro, papel, documentos, sempre que houver umidade. Já que não será esterilizado o ambiente se recomenda extremar a higiene das mãos.17.- O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe todos somos igualmente suscetíveis.18.- Qual é a população que está atacando este vírus?De 20 a 50 anos de idade.19.- É útil a máscara para cobrir a boca?Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente eficaz.20.- Posso fazer exercício ao ar livre?Sim, o vírus não anda no ar nem tem asas.21.- Serve para algo tomar Vitamina C?Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.22.- Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar, escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.23.- O virus se move?Não, o vírus não tem nem patas nem asas, a pessoa é quem o coloca dentro do organismo.24.- Os mascotes contagiam o vírus?Este vírus não, provavelmente contagiem outro tipo de vírus.25.- Se vou ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?Não.26.- Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os antivirais mas em caso de de contagio e com estrito controle médico.27.- O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?Não sabemos que estragos possa fazer no processo, já que é um vírus novo.28.- Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.29.- Serve para algo tomar antivirales antes dos síntomas?Não serve para nada.30.- As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?SIM.31.- Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?NAO.32.- O que mata o vírus?O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.33.- O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?O isolamento.34.- O álcool em gel é efetivo?SIM, muito efetivo.35.- Se estou vacinado contra a influenza estacional sou inócuo a este vírus?Não serve para nada, ainda não existe vacina para este vírus.36.- Este vírus está sob controle?Não totalmente, mas estão tomando medidas agressivas de contenção.37.- O que significa passar de alerta 4 a alerta 5?A fase 4 não faz as coisas diferentes da fase 5, significa que o vírus se propagou de Pessoa a Pessoa em mais de 2 países; e fase 6 é que se propagou em mais de 3 países.38.- Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?SIM.39.- As crianças com tosse e gripe têm influenza?É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas..40.- Medidas que as pessoas que trabalham devam tomar?Lavar-se as mãos muitas vezes ao dia.41.- Posso me contagiar ao ar livre?Se há pessoas infectadas e que tosam e/ou espirre perto pode acontecer, mas a via aérea é um meio de pouco contágio.42.- Pode-se comer carne de porco? SIM pode e não há nenhum risco de contágio.43.- Qual é o fator determinante para saber que o vírus já está controlado?Ainda que se controle a epidemia agora, no inverno boreal (hemisfério norte) pode voltar e ainda não haverá uma vacina.

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