domingo, 3 de maio de 2009

O Pensador...



PARÂMETROS

Existem coisas que não devemos saber? Em
uma cultura que valoriza a iniciativa e o
crescimento sem barreiras, haverá alguém ou
alguma instituição que possa com seriedade
propor limites ao conhecimento? E a busca
incessante da verdade? Teremos perdido a
capacidade de perceber e respeitar as
dimensões morais de tais perguntas?
O homem em seu ¨progresso¨ nas
descobertas dos segredos da natureza, cada
vez mais audacioso , pode ter chegado a um
ponto que, o conhecimento nos traz mais
problemas do que soluções. Convivemos com
ameaças constantes como a AIDS e a
superpopulação. Os países mais avançados do
planeta, produzem armas nucleares,
biológicas e químicas de poder devastador,
cultivam um modismo de violência
esmagadora. Tudo isto nos desvia da mais
genuína das realizações do ser humano, que é
a que ocorre na esfera da vida privada, à sua
volta, nas coisas mais elementares, de modo
não intencional, longe dos laboratórios e
computadores, podemos dizer, ocorre em
outro universo, coisas automáticas e banais. A
verdade é que aprendemos a fazer muitas
destas coisas muito antes de saber o que
estamos fazendo, de maneira inexplicável e
de forma correta. Um recém—nascido
aprende a reconhecer e descriminar as coisas
do mundo que o rodeia, a andar, falar, chorar,
etc... tais façanhas flui naturalmente no ser
humano. Seria possível que este fluir de
conhecimento, seja devido a nossa falta de
conhecimento das razões pelas quais os
fazemos? Seria o mesmo que dizer, seríamos
capazes de aprender qualquer coisa sem
querer? A maioria dos provérbios em todas as
línguas nos ensinam que o conhecimento em
demasia pode ser prejudicial. Muitos dos
grandes mitos e lendas exploram os perigos
da sabedoria. Felizmente as crianças
continuam a aprender , a caminhar e a falar,
e as pessoas se preocupam com o futuro do
planeta, de seu país e da cultura em geral.
Devemos todos estudar, ler e aprender, mas
não devemos deixar de observar os
acontecimentos formidáveis que ocorrem em
nosso cotidiano; coisas simples se melhor
observadas, tornam-se espetaculares, de uma
beleza sem par. A observância do
desabrochar de uma orquídea, o sorriso e a
inocência de uma criança, uma conversa
franca , num lugar agradável com um amigo,
sua esposa, seus filhos, coisas que passam
desapercebidas, por convivermos
diuturnamente com ela. O homem traça
parâmetros ilusórios no decorrer de sua
existência. Uma criança quando se depara
pela primeira vez com um cachorro, acha
engraçado aquele focinho comprido, a cauda
balançando e a língua de fora, aprende que o
cachorro chama-se Au-Au e na segunda vez
que o encontra, grita Au-Au, aponta o dedo,
bate os braços e as pernas e fica muito feliz,
seu pai ou mãe de parâmetros traçados,
nenhuma graça acha deste bicho e manda
seu filho calar-se, assim com o passar do
tempo o filho cresce e acaba achando o
cachorro sem graça e também passa
desapercebido , e assim acontece com todas
as coisas belas desta mundo. Outro exemplo
de parâmetro traçado seria o pai e o filho com
meses de idade, tomando café na cozinha, a
mãe de frente para o filho e atrás do pai
começa a levitar, o filho naturalmente olha a
cena e continua observando, sem nenhuma
novidade, se o pai visse , provavelmente
gritaria, derramaria o café e correria para
ajudar a mãe, isto porque ele tem como
parâmetro que mãe não pode levitar, e
ninguém lhe ensinou isto, ele aprendeu


No princípio era o "UM", Não Revelado e Não Manifestado. E o "UM", a Energia Primordial, dividindo-se nas suas duas
polaridades, deu origem ao "Dois" que, manifestando-se num Plano, deu origem à forma engendrando o "Três".

Nenhum comentário: